terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

zona (In) formal

No novo Parque Urbano de Chaves existe, próximo da ponte pedonal, este local retratado na montagem fotográfica que, presumo, se destina a usufruição informal, nomeadamente em actividades de relaxe e descanso e a sua existência merecem-me alguns comentários, na óptica do utilizador frequente do espaço, com o olhar pragmático do Arquitecto Paisagista que teima em residir em mim (por motivos de crise, fomos forçados a despedir o crítico acutilante).

Bom, vamos então aos factos: trata-se de uma área limítrofe de dois caminhos pedonais e do rio (margem esquerda do Tâmega) com declive suave e cobertura do terreno com prado, tendo por equipamentos vários bancos (6) e dois recipientes RSU, todos em madeira, e não faço a mínima ideia, nem do fabricante nem do modelo.
A particularidade é que aqueles bancos, como se vê bem na imagem, são mais rústicos e informais do que os que costumamos ver por aí – de facto, nos vários parques urbanos que conheço pessoalmente, nunca vi esta opção implantada.
Pessoalmente (a opção) agrada-me, em primeiro lugar, porque é “plástica”: o utente, que pela simples existência dos mesmos é convidado a usufruir do espaço, tem ainda o poder de o manusear colocando o equipamento da forma e na posição que mais lhe interessarem no momento – quem é que não gostaria de ter, de vez em quando, um “sofá” no “relvado”, virado para a paisagem que mais nos agradaria observar?
Convenhamos que a multiplicidade de usos possíveis dos espaços e dos equipamentos é um objectivo, quer da Arquitectura, quer do Paisagismo, quanto mais não seja porque (e como muito bem me ensinaram na disciplina de Arquitectura e Urbanismo, na UTAD) a multiplicidade de hipóteses de usos potencia a frequência do uso efectivo e, eventualmente, a sua conservação.
Em segundo lugar agrada-me pensar que, havendo vandalismo (e infelizmente contam-se por cá os dias até começar), pelo menos o prejuízo material não será, com certeza, avultado (menos que o que seria se o equipamento fosse outro).
A única coisa que penso faltar ali é … plantas; pelo menos eu proporia uma ou outra árvore: apontaria um carvalho, um freixo, um plátano, uma amargoseira ou uma catalpa, quanto mais não seja porque estas espécies já estão implantadas e com sintomas de bom crescimento na margem direita do rio, nas áreas mais antigas e tradicionalmente mais frequentadas.
É preciso relembrar sempre que (estando salvaguardadas as restantes condições de visibilidade, … ) o clima nas diferentes estações do ano têm (ou deveria ter) uma palavra importante a dizer: os Invernos costumam ser chuvosos e frios com nevoeiros frequentes e os Verões quentes e secos e, como bem sabemos, as árvores (arbustos e afins igualmente), quando bem implantadas, costumam ter a terrível mania de nos “querer” proteger dos elementos adversos.

Dá que pensar.

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