quarta-feira, 7 de julho de 2010

R E S P E I T O

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Pouco (ou quase nada) me importa que fosse um exemplar de Cedrus atlantica ou de Cedrus libani var. atlantica A. RICH, aquele ser vivo que foi cortado muito recentemente no Jardim Público de Chaves.


operação final de "aplainagem" e "limpeza" da superfície que restou do rolamento do tronco principal, concluída hoje mesmo, pelas 10:20h


Pouco me importa (ou mesmo nada) que fosse apenas um entre outros exemplares da sua espécie presentes neste espaço público (que já tem um deles referenciado como "Árvore de Interesse Público"); que estivesse já em fase climácica; que estivesse com o copado afectado por causa da concorrência ou, ainda, que tivesse o crescimento muito descentralizado para um dos lados.



O que me importa (mesmo muito) é que este exemplar foi plantado por volta de 1860 (145 anéis contei eu e acrescentei mais uns 5 de crescimento para a altura do peito) e foi uma testemunha privilegiada do evoluir da cidade com todos os fluxos sazonais (do Tâmega onde bebia e das suas gentes).

Acompanhou certamente gerações de flavienses que aprenderam a andar, a dançar, a namorar, contemplar, a patinar (entre muitos outros ar' es), à sua sombra e/ou na sua companhia.




Na minha opinião nada, MAS MESMO NADA poderá algum dia justificar a autorização dada para o abate desta árvore.

Não basta o desaparecimento do Jardim das Freiras? ou o abate de um exemplar (de sequóia?) em espaço privado (seria o único exemplar em toda a cidade de Chaves mas desconheço a espécie) e que só uma outra pessoa (Fernando Ribeiro do blogue CHAVES) parece ter reparado?

Fiquemos com o que dela resta (pouco mais que um velho banco) e que tem o mérito de poder ser aproveitado de uma forma pedagógica por miúdos e graúdos (a contagem dos anéis em resinosas, a verificação dos diferentes tipos de crescimento de Inverno e de Verão, a observação ao vivo das regiões de cerne, borne e casca, ...). Tudo será uma questão de se ter ou não uma pontinha daquilo que parece faltar a muitos hoje em dia e dá título a este post.

Haja paciência. Principalmente para os podiam e deviam ter decidido outro tipo de intervenção.

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3 comentários:

Anónimo disse...

lamento pela perda irreparável. Até parece que o poema inédito de Teixeira Chaves foi premonitório.

haja paciência.

A.D.N.

INTENSIDADE DE UM MINUTO disse...

Sem explicação para essa atitude. Lamento muito.
bjo bjo bjo

lis disse...

Sensibilidade efetivamente não é pra todos.
Vou repetir Fernando : Haja paciência! e
mais nao digo rsrs nem é preciso...

abraços

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