quarta-feira, 7 de julho de 2010

SOMBRA

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gaivota (possivelmente Larus atlanticus), indiferente ao tráfego pedonal e automóvel, na Marginal da Póvoa de Varzim



na busca intensiva, doentia
que fiz de mim por aí
em cada lugar, em cada esquina
em cada recanto de ti
(é a minha sina ...)
nem em vislumbre me via

não me encontrei no cruzamento
não estava na rotunda
nem atravessei qualquer ponte
nem nas frincha mais profunda
nem atrás, nem defronte
talvez fosse só um pensamento ...

com algo sobressaltaram (o quê? não sei)
os cães que me ladraram
e os pássaros e as plantas
porque se assustaram?
ah ... passou a vida ... saudades tantas ...
ficou a sombra ... que só eu dei.


"sombra", poema de Teixeira Chaves (inédito)

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