quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CLARO.

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Manhãs de nevoeiro, mesmo quando se pode pouco, serão sempre um convite à poesia (pelo menos para mim).


Chaves, Ponte de Trajano, nesta manhã de nevoeiro



Toda a poesia é luminosa, até
A mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
Em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
Outra vez e outra vez
E outra vez
A essas sílabas acesas
Ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.


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Poema "Ver Claro" de Eugénio de Andrade
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