quinta-feira, 19 de março de 2009

Árvores

[Margens do Tâmega - Fernando Reis]

Por vezes, quando passeio pelo espaço renovado e reconquistado (Jardim do Tabolado - Caldas - Jardim Público, chamem-lhe o que quiserem) para o usufruto das pessoas que estão ou vão a Chaves, a visão de ambas as margens, principalmente da sua vegetação merece-me uma reflexão séria sobre o papel destes seres vivos no bem-estar das pessoas, quanto mais não seja porque a sua imagem reflectida nos aponta quer o chão que pisamos, quer o infinito, que desejamos.

É claro que é bem no meio do cenário que está a "virtude". Não sei se alguém se atreve a chamar-lhe Arquitectura Paisagista, mas é para lá que aponta o bico do lápis com que desenho .

Da reflexão, que é a minha, fica um poema. Oportuno, na minha modesta opinião (e que dedico neste dia ao meu pai - a minha velha árvore).


Estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o insecto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

[Poema: Velhas Árvores - Autoria de Olavo Bilac]

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