terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Moder ... nismo ... nidade ... no


Esta imagem em particular, impressa num livro da colecção Tachen, de uma colecção do jornal Público de 2006 (COHEN, J.-L.. 2006. Le Corbusier, 1887-1965 - Lirismo da Arquitectura da Era da Máquina. colecção Tachen) foi, e ainda é, uma das mais importantes para mim ficando-me na retina precisamente desde o momento em que comecei a interiorizar que talvez o meu futuro se fundisse com a Arquitectura Paisagista.

Trata-se de um conjunto de casas geminadas projectadas e construídas em 1926-1927 pelo Arquitecto suíço Charles-Édouard Jeanneret, que então já usava o pseudónimo "Le Corbusier", em Weissenhofsiedlung, em Estugarda, na Alemanha e é interessante verificar o nível de modernidade, que se traduz pela pureza das linhas rectas e da leveza do material (da constituição às cores), perfeitamente "enterradas" num terreno pouco modelado, com vegetação, um conjunto que ainda hoje, 80 anos depois, ainda pode ser considerada modernamente actual.

E é isso que me interessa para a Arquitectura Paisagista, nomeadamente o planeamento de espaços que respeitem princípios do funcionalismo estético - muito para além de belos (seja lá o que isso for para cada um de nós) os objectos-conjuntos (inertes, obras de arte, pisos, muros e muretes, plantas, espaços e recantos, ...) têm que ser funcionais do ponto de vista dos dois agentes mais importantes: homens e natureza (e escuso-me a referir os diferentes aspectos relacionados com a sustentabilidade que só se obtém com o uso de materiais e plantas endógenos ou autóctones, com o respeito pelos fluxos naturais do ar, água e restante matéria, sempre com a colaboração desse "agente especial", promotor, manutentor e usufruidor último e por excelência destes espaços, sem esquecer também a restante fauna, ...), o que só se consegue com um bom conhecimento do espaço, da sua integração histórica e com vontade e dinheiro...

Posto isto, passa a ser perfeitamente secundário para mim se o resultado final se enquadra num dos inúmeros movimentos estéticos em voga actualmente: modernismo, pós-modernismo, segunda vaga modernista, land-art, etecéteritismo, mais não são que "capas" (como os vestidos que as meninas vestem ás bonecas) com que cobrimos o "esqueleto", e esse sim é que é realmente importante, quanto mais não seja porque sustenta todo o resto e é nele que vivemos.

Eu penso assim.

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