sexta-feira, 12 de março de 2010

81 ANOS. PARABÉNS.

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Dizem as crónicas que Chaves foi elevada à categoria de Cidade em 12 de Março de 1929.

Em jeito de celebração, ficam algumas imagens recentes minhas, dos locais que frequentemente gosto de observar com atenção ...


As "Poldras" dos tamagani e romanos


A milenar (e "menina dos olhos") Ponte de Trajano sobre o Tâmega


O Campo Romano, a Igreja Matriz do Bispo Idácio e o actual Museu


O Castelo de D. Dinis


O Forte de S. Francisco (e agora do Bravo General Silveira)


A fonte termal e o buvette das "Termas do Mário" (Gonçalves Carneiro)


O cândido Jardim Público do homónimo Sotto Mayor


A mais nova e pedonal ponte sobre o Tâmega do recente e ainda não oficialmente denominado (nem inaugurado, penso eu ...) Parque Urbano de Chaves


A evolução dos velhos para os recentes "cascos" da cidade


... e um poema.

Entre os tantos que li, gosto em especial deste - de Artur Maria Afonso (que "roubei" do site de Fernando Ribeiro) que tem o mérito de trazer consigo para esta celebração o nome de outro dos ilustres filhos desta terra - o Arquitecto, pintor (e tudo o mais que estará ainda por revelar) Nadir Afonso, mas vamos a ele ...



CHAVES

Certamente foi assim
Que Deus bom e poderoso
Fez este rincão formoso,
Fez este invulgar jardim:

O Sábio da Criação,
Nun dia d’ispiração
E graça omnipotente
Entendeu em seu juízo
Pôr na terra um paraíso
Ideal, surpreendente!

Seria ao formar os montes,
Que fitando os Horizontes
Disse consigo: - É ali ...
É ali que vou fazer
Um paraíso a valer!
E com mão maravilhosa
Como igual outra não vi.
Traçou a Veiga formosa,
Desenhou CHAVES aqui!

Teve a ideia, o cuidado
De fazer brotar ao lado
Umas águas muito raras,
Muito quentes, alcalinas,
De qualidades divinas!
Deu-lhe mimosas searas
E mais fontes cristalinas.

Deu-lhe o Tâmega saudoso
Partindo Chaves ao meio
Para no Verão calmoso
Lhe beijar risonho o seio.
E para a resguardar bem
Lançou-lhe serra em roda
Que nenhuma terra tem.

Deu-lhe pombais, deu-lhe rosas,
Deu-lhe frutas saborosas
E o relevante condão
De ter fortes e muralhas
Para nas rudes batalhas
Conter alheia traição.

Deu-lhe capelas piedosas
Ungidas de devoção ...
Deu-lhe moitas odorosas
De rosmaninho e serpão.
Deu-lhe fartos arredores,
Alegres, ao sol abertos
De mil tentações cobertos
Que fazem sonhar amores.

E dentre os prémios mais finos
Fez-lhe uma mercê louçã
Para adoçar seus destinos:
Deu-lhe rostos femininos
Rivais do sol da manhã!

Criou-lhe o matriz dos vales,
Deu-lhe paz e deu-lhe ainda
O doce canto das aves
P’rá fazer mais bela e linda!

Para fazer-te princesa
Deu-lhe brilhos ... tantos ... tantos,
Que não pôde concerteza
Legar-te maior beleza
Ó Éden dos meus encantos!

Depois da obra ridente
O construtor excelente
Regressou à concha astral,
Deixando entre estas serras
A mais formosa das terras
De quantas tem Portugal!

Chaves, 9.Set.1938, In o livro de poesias “Auras Perfumadas”



Parabéns


Aquae Flaviae,


faço votos para que os teus "filhos" te tratem sempre com o respeito que TU MERECES.




Fontes de pesquisa (para além do molho de Chaves ali do lado):
[Fonte: Wikipedia]
[Fonte: Solares de Portugal]
[Fonte: Câmara Municipal de Chaves]
[Fonte: MontraNet]


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1 comentário:

blogoflavia disse...

Tanto quanto sei, a elevação de Chaves à categoría de cidade teve a "cunha" do então Presidente da Republica, Marechal Carmona, filho de um flaviense.

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