Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:
Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:
Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
Vou ali e já venho.
Sempre que tiver uma oportunidade.
Sempre que tiver uma oportunidade.
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Foto: F.Reis(c)2011
Local: Vila Nova de Cernache
Poema: "Portugal", de Miguel Torga, in 'Diário X' cit. in CITADOR
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3 comentários:
Gosto Fernando
bem emoldurado o poema .
te espero
Fernando, além de gostar de seu blog, fico particularmente honrado com a FOTO DO PERFIL!
Forte abraço
Lis: muito obrigado pela companhia. É importante.
Um beijo.
Eduardo: a honra é toda minha usar uma obra de arte sua, que considero (sinceramente) ser o melhor desenho/caricatura feito sobre a minha pessoa, de sempre.
Enquanto o Eduardo me permitir, continuarei orgulhosamente usando.
Um abraço. (e claro que a consideração sobre seus blogues é inteiramente recíproca. Aprendi muito com eles. Consigo.)
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