
Sob o caramanchão de glicínia lilás
As abelhas e eu
Tontas de perfume
Lá no alto as abelhas
Doiradas e pequenas
Não se ocupavam de mim
Iam de flor em flor
E cá em baixo eu
Sentada no banco de azulejos
Entre penumbra e luz
Flor e perfume
Tão ávida como as abelhas
As abelhas e eu
Tontas de perfume
Lá no alto as abelhas
Doiradas e pequenas
Não se ocupavam de mim
Iam de flor em flor
E cá em baixo eu
Sentada no banco de azulejos
Entre penumbra e luz
Flor e perfume
Tão ávida como as abelhas
Nota:. já não há aqui flores daquele lilás, mas o caramanchão continua à espera de "clientes".
-
Foto: F.Reis(c)2011
Local: Chaves
Poema: "Naquele tempo" de Sophia de Mello Breyner Andresen, cit. in ILUSTRACAODOVAZIO
-