Já andava há muito tempo com partes deste poema aqui de baixo aos saltos na cabeça e só hoje se proporcionou a captura de uma imagem simbolicamente condigna, pelo menos para mim.
É mais uma homenagem?
Só se for ao Tâmega e aos verdadeiros tamagani (ou tamaganos).
É mais uma homenagem?
Só se for ao Tâmega e aos verdadeiros tamagani (ou tamaganos).
Na ribeira deste rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio.
(...)
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio.
(...)
Vou vendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada.
Vejo os rastros que ele traz,
Numa sequência arrastada,
Do que ficou para trás.
Quando o rio não faz nada.
Vejo os rastros que ele traz,
Numa sequência arrastada,
Do que ficou para trás.
Vou vendo e vou meditando,
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando,
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando.
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando,
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando.
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali,
E do seu curso me fio,
Porque, se o vi ou não vi.
Ele passa e eu confio.
Que está aqui ou ali,
E do seu curso me fio,
Porque, se o vi ou não vi.
Ele passa e eu confio.
Poema "Na Ribeira deste Rio" de Fernando Pessoa, em 02/10/1933
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Fonte onde "encontrei" o poema de onde omiti, propositadamente, duas pequenas frases.
Fonte para o significado de tamagani ou tamaganos.
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Nota:. foi efectuada uma correcção posteriormente. Obrigado tupamaro.
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3 comentários:
Anónimo disse...
Bem sabemos que quando se escreve no teclado as falhas são mais ligeiras a acontecer.
E como o autor é uma autoridade Cultural....
Num Blogue interessante, e ainda por cima FLAVIENSE, HÁ que ser mais cuidadoso com os lapsos gramaticais - """"Já andava HÁ muito tempo..."""""
Com apreço
Tupamaro
Obrigado pela correcção.
Não há desculpas para esta falha.
Ah, é claro ... obrigado também por acompanhar mais este blogue que se afirma, acima de tudo, flaviense e com muito prazer.
(essa da autoridade cultural é que ainda terá que se lhe diga ... cada um faz o que pode e sabe, com o que tem. É a minha versão de liberdade)
Obrigado, uma vez mais.
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