terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2011

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Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

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Foto: F. Reis, 01.01.2011
Local: Vila Real - finalmente o descanso de Queenie, a coelhinha anã toy arlequim que saltita cá em casa e que me fez o favor de roer o fio do teclado ... (será um sinal?)
Texto: poema "Não: devagar" de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa). Gostava de citar a fonte onde o colhi mas, sinceramente, não me recordo.
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2 comentários:

João Menéres disse...

Estou a rcompor-me, embora muito devagar.
Poucas visitas tenho feito e comentar ainda menos.
Mesmo sem a gripe, estava já programado que em 2011 ia REDUZIR SUBSTANCIALMENTE a minha actividade na blogosfera...

Desejo, FERNANDO, um BOM ANO.

Um abraço.

Reis disse...

João, o desejo de um bom ano é recíproco. Quanto à redução de actividade na blogosfera, sei (imagino...) que não deixará de estar atento às voltas da maré. E é sempre bom navegar nesse mar sabendo que à distância, mesmo sem grandes manifestações, estará sempre um experiente "lobo-do-mar" à espreita.

Bom descanso (e merecido certamente).

Abraço.

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